Depois de lançar um recurso generativo de IA no ano passado, o YouTube agora está pedindo às principais gravadoras que permitam clonar mais músicos. Em junho, o jornal americano Financial Times disse que a plataforma de vídeo, de propriedade do Google, está se oferecendo para pagar ao Universal Music Group (UMG), à Sony Music Entertainment e à Warner Records “montantes em dinheiro” em troca do licenciamento de suas músicas para treinar legalmente suas ferramentas musicais de IA.
O YouTube disse que não pretende expandir o Dream Track (AI da plataforma que cria músicas e que foi apoiado por apenas dez artistas durante a fase de testes), mas confirmou que estava “em conversas com gravadoras sobre outros experimentos”. A plataforma pretende licenciar músicas de “dezenas” de artistas que serão usadas para treinar novas ferramentas de IA que o YouTube planeja lançar ainda este ano. O valor que o YouTube está disposto a pagar por essas licenças não foi divulgada, mas o relatório diz que provavelmente serão pagamentos únicos, em vez de acordos baseados em royalties.
Independentemente disso, tanto os artistas quanto as gravadoras que os representam provavelmente precisarão de algum tempo para serem convencidos. A Sony Music alertou extensivamente as empresas de IA contra o “uso não autorizado” de seu conteúdo, e a UMG estava disposta a retirar temporariamente todo o seu catálogo de músicas do TikTok depois que proteções contra músicas geradas por IA foram consideradas ineficazes. Em janeiro, mais de 200 artistas – incluindo Billie Eilish, Pearl Jam e Katy Perry – também pediram que as empresas de tecnologia parassem de usar IA para “infringir e desvalorizar os direitos dos artistas humanos”.
As notícias dessas discussões chegam bem no contexto em que a Recording Industry Association of America (RIAA), que representa gravadoras como Sony, Warner e Universal, entrou com ações judiciais separadas por violação de direitos autorais contra duas das principais empresas de música generativa de IA. As gravadoras alegam que as produções da Suno e Udio foram produzidas usando “cópia não licenciada de gravações sonoras em grande escala”, com a RIAA pedindo indenização de até US$ 150.000 por infração.